Resenha: Roube Como um Artista (anotações + insights)

 Roube Como um Artista é um livro super conhecido e muito bem recomendado. Sempre tive interesse em ler, e depois que adquiri a sua versão em e-book, não via a hora de começar a leitura logo.

O livro é dividido em 10 capítulos, que na verdade, são 10 lições sobre criatividade. É bem breve e direto.

Eu decidi que faria algo diferente durante essa leitura: além de anotar as citações que eu mais gostasse (coisa que sempre faço), eu também quis fazer um “resuminho” de cada capítulo. Então, assim que eu terminava de ler um capítulo, eu fazia anotações do que tinha sido lido e eu me lembrava, e fazia algumas anotações de pensamentos, como relacionar os assuntos a coisas cotidianas, estudos sobre criatividade que eu já fiz, minha opinião, e etc.

Portanto, essa resenha terá muitos spoilers, afinal, colocarei todas as minhas anotações aqui (mas juro que vale a pena ler).

Título: Roube Como Um Artista: 10 dicas sobre criatividade

Título original: Steal Like an Artist: 10 Things Nobody Told You about Being Creative

Autor: Austin Kleon

Páginas: 153

Editora: Rocco

Sinopse

Verdadeiro manifesto ilustrado de como ser criativo na era digital, “Roube como um artista”, do designer e escritor Austin Kleon, ganhou a lista dos mais vendidos do The New York Times e figurou no ranking de 2012 da rede Amazon ao mostrar com bom humor, ousadia e simplicidade – que não é preciso ser um gênio para ser criativo, basta ser autêntico. Baseado numa palestra feita pelo autor na Universidade do Estado de Nova York que em pouco tempo se viralizou na internet, Roube como um artista coloca os leitores em contato direto com seu lado criativo e artístico e é um verdadeiro manual para o sucesso no século XXI.

1. Roube como um artista

  • Nada se cria, tudo se reinventa (até as pessoas que são “mashups” ou “remixes” de pai + mãe)
Acho que isso já é bem disseminado por aí, apesar de muita gente achar que as ideias surgem do nada – elas não surgem. Aliás, a criatividade é basicamente um “remix” (ou “mashup“): unir ideias de coisas diferentes e criar uma outra coisa para solucionar o seu problema.
“O escritor Jonathan Lethem disse que, quando as pessoas chamam algo de ‘original’, nove entre dez vezes elas não conhecem as referências ou as fontes originais envolvidas.”
  • Anote todas as suas ideias no caderninho da combinatividade – sem julgamentos, e pode anotar tudo. Essas anotações poderão ser usadas depois.
Outra coisa muito importante e que eu aprendi com Murilo Gun: ter um caderno de combinatividade. Eu falei ali em cima que criatividade é unir as coisas, no caso, combinar, e você não consegue combinar coisas que não se lembra e/ou não tem referência. É importante ter um lugar para anotar absolutamente tudo desde frases, imagens, textos e até sons (se for possível), sem julgamentos, para depois poder analisar e combinar.
  • Estude sempre
  • Esteja rodeado de livros
Livros tem muitos benefícios: mais conhecimento, viajar para uma realidade totalmente paralela, aprender novas palavras, aumentar o seu repertório de referências.

2. Não espere até saber quem você é para começar

  • O que você é agora não é o que você quer ser. Aprecie o caminho até lá. 
Eu diria que o caminho é mais importante que a chegada.
  • Se você não consegue fazer algo, finja que consegue, e uma hora sai. É como a cópia: nós copiamos tudo primeiro pra depois aprender. Falar, andar, escrever, dançar, pintar, nós sempre copiamos coisas já existentes para depois fazer do nosso jeito. Nenhuma cópia é perfeita. 
Isso não faz TOTAL sentido? É genial! Na dança funciona assim: a gente copia primeiro, vai tentando aplicar técnica dentro da nossa cópia até que a gente consegue fazer e lapidar pra ficar cada vez melhor.
“É em nossa falha em copiarmos nossos heróis que descobrimos onde está o que é nosso.”
  • Escolha alguém, escolha algo e copie. Copie de muitos (e combine) para ser original. Tente entender o que originou a ideia!

3. Escreva o livro que você quer ler

  • Você quer ouvir uma música que não existe? Faça. Quer que uma história tenha continuação? Escreva. Qual detalhe o seu autor favorito esqueceu? Faça você mesmo!

“Quando amamos uma obra, ficamos desesperados por mais. Suspiramos por continuações. Por que não direcionar esse desejo para algo produtivo?”

4. Use as mãos

  • Use mais o analógico e menos o digital (na verdade, equilibre os dois). 

Austin tem uma mesa analógica e uma mesa digital de trabalho, e é na analógica que a maioria das coisas acontecem. Nada digital é permitido na mesa analógica. E vamos combinar que usar as mãos para escrever, moldar, colar, ou qualquer outra coisa, é muito mais legal do que usá-las para apertar teclas.

“Há várias oportunidades para pressionar a tecla delete. O computador estimula o perfeccionista perturbado em nós – começamos a editar ideias antes de tê-las.”

5. Projetos paralelos e hobbies são importantes

Nesse capítulo, vi uma grande relação entre projetos paralelos e procrastinação. 
  • Os projetos paralelos são o que acabam decolando. É legal ter mais de um projeto. Cansou de um, vai pra outro – incuba um e faz outro – e vice-versa. 
Sobre incubação, é outra coisa que eu estudei sobre criatividade: ficar se forçando a fazer algo porque tem que fazer e ponto pode destruir todo o processo criativo. Dar um tempo e incubar alguns projetos/ideias é muito bom.
Sobre a procrastinação: é importante também, afinal quando a gente para de fazer algo que estamos tão focados pra “procrastinar”, estamos dando um tempo pra mente (basicamente: incubação). E podemos fazer coisas úteis enquanto deixamos a tarefa mais importante de lado 😉
Ele também fala sobre “não jogar fora nenhuma parte sua”. 
  • Não acredite que você deve focar em uma única coisa. Faça o que gosta. Você pode ter seu foco principal, mas não se esqueça dos hobbies. Eles alimentam a alma (e colaboram pro conhecimento em T, lembra?) 
Imagine a letra T: a linha vertical “l” é onde está o cohecimento que você adquiriu estudando na sua área específica. Podemos chamar de “especialização/estudioso”. A linda horizontal “–” é o seu repertório curioso. Aquelas coisas que você aprende por aí mas não tem relação nenhuma com o que você faz. O lance do T é combinar os conhecimentos de ambas as linhas.

6. O segredo: faça um bom trabalho e compartilhe-o com as pessoas

  • Fazer um bom trabalho e compartilhar é a maneira de “ser conhecido”. As pessoas gostam, compartilham, e assim vai. 
  • Reparar no diferente e fazer as pessoas repararem nele também é a ideia (tenha o olhar de um comediante). 
O que faz as coisas serem criativas é olhar pra elas de forma diferentes e apresentá-las de outro ponto de vista: o Gun chama isso de olhar o mundo como um comediante, e isso só se confirmou pra mim quando eu estava assistindo um documentário do Whindersson Nunes e ele falou que muitas pessoas o perguntam como ele é tão engraçado, de onde tira tantas ideias e seu comentário foi que ele repara em tudo. Desde coisas pequenas a coisas gigantes. Esse é o olhar de comediante.
“Se todos estão prestando atenção em maçãs, comece a reparar em laranjas.”
  • As pessoas perguntam para Austin sobre compartilhar suas coisas na internet. “Como ser famoso na internet?“. Compartilhe o que você faz! compartilhe seu conhecimento, seus processos. Compartilhe o que gere valor. Compartilhe os pontos, mas não os ligue.
A internet é um grande oito ou oitenta. Você pode ficar famoso da noite pro dia, assim como ser reconhecido por poucas pessoas, mas precisa tentar pra descobrir o que vai acontecer com você.

7. A geografia não manda mais em nós

Imagem do livro

Parece uma grande ironia o conselho da imagem na época que estamos passando, e não é só isso: vem seguida de um saia de casa. Austin diz que o confinamento é importante, assim como se cercar de pessoas diferentes e legais e ir a novos lugares também. É importante ficar, mas também ir. Podemos criar nosso próprio mundo dentro do nosso cantinho, mudar quando quisermos. O ambiente continua o mesmo (se você não alterá-lo), mas você é uma constante mudança. 
“Mesmo que você monte uma nova casa, terá que deixá-la de vez em quando.”
Sobre o título do capítulo: não precisamos necessariamente sair de casa para fazer novos amigos e/ou manter contatos interessantes

8. Seja legal. (o mundo é uma cidade pequena.)

  • Basicamente: seja legal com quem você quer criar vínculos e não perca seu tempo com quem não vale a pena. 
  • Fique próximo de pessoas incríveis, veja o que elas estão fazendo e “confia”, você será tão bom quanto elas.
A Nath Arcuri fala sobre se cercar de pessoas extraordinárias no livro dela.
“Você será tão bom quanto as pessoas das quais você se cerca.”
  • Passe raiva às vezes, mas apresente o problema com uma solução – só reclamar não leva a nada!
  • Tenha os elogios que você recebe guardadinhos, não é fácil lidar com muitas críticas e nos dias difíceis, ler essas mensagens pode te fazer bem.

9. Seja chato. (é a única maneira de terminar um trabalho.)

  • Cuide de si mesmo e viva mais (uaaaau)
  • Entenda sobre dinheiro, fique longe de dívidas. 

Viva dentro do que o SEU orçamento permite, e se for necessário, diga não às tentações do capitalismo. 

  • A ideia de viver sem um emprego fixo é linda de bonita, mas pra chegar lá você precisa de conhecimento (eu diria de reconhecimento também) e estabilidade, então ter um emprego fixo é importante. Talvez seja monótono e um pouco chato, mas é importante – e eu estou notando a importância disso agora.
  • Tenha um diário de bordo para lembrar da sua jornada (ela é importante). e escolha bons parceiros para tudo na vida.
“Um bom parceiro ou parceira te mantém com os pés no chão.”

10. Criatividade é subtração

  • Crie limitações e trabalhe com elas, não tente abraçar o mundo.
Murilo também já me ensinou um pouco sobre isso. Precisamos ter um olhar divergente: juntar referências, dizer sim a tudo, não julgar, abrir caminhos e criar opções. Depois precisamos analisar tudo o que temos e ter um olhar convergente: fazer escolhas, criar limitações e trabalhar com elas.
★★★★★
O que você achou dessa resenha+spoiler+comentários? Eu adorei escrever!

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6 comments on “Resenha: Roube Como um Artista (anotações + insights)

  1. Oie, boa noite…
    Eu tenho esse livro. Ganhei de uma amiga.
    Já vasculhei suas páginas. Li uma ou outra página.
    Gostei da idéia… acho sempre válido ter ferramentas para estimular a criatividade.
    Tem inclusive um outro também que segue na mesma linha e é do mesmo autor. Um caderno de anotações para cleptomaníacos. rs

    bacio

  2. Li esse livro uns 2 meses atrás e achei incrível! Sempre me vi como uma pessoa zero criativa, mas desde que comecei meu blog e também por causa de outros projetos comecei a sentir necessidade de ser mais criativa, no sentido de criar coisas mesmo. E esse livro me ajudou muito a enxergar a criatividade de outra forma e também a trazer pro meu dia a dia de uma forma bem prática.

  3. Viii, amei essa resenha! Eu to a fim de ler esse livro há muito tempo, agora lerei com certeza. Muitas coisas eu já tinha ouvido, mas percebo que ele quebra vários padrões né e isso é ótimo! Parabéns pelo post!!!
    Beijos
    Tamara
    tamaravilhosamente.com