Nada para vestir vale a pena?

Estou aqui, mais uma vez, para falar sobre livros de moda para você que quer incrementar o seu estilo, está perdida e não pode contratar uma profissional no momento.

O bom dos livros, quando bem escritos, é que realmente ajudam a dar essa luz no fim do túnel de uma forma relativamente barata, né?

Carnaval, sem festas (como se eu fosse para alguma, mas tudo bem), eu na TPM de saco cheio, só me restou colocar as leituras em dia e, o livro “Nada para vestir” do Arlindo Grund estava na minha estante.

Se você não conhece o Arlindo, ele é um dos apresentadores do programa Esquadrão da Moda aqui do Brasil, que passa no SBT (eu não acompanho, mas segundo o Wikipédia, o programa ainda passa na televisão), e do “A roupa ideal” na Sony, que também não tenho certeza se ainda passa. Ele também é autor de dois livros, esse que vou falar hoje e “As armadilhas da moda” (que comprei essa semana e deve chegar por esses dias, então fica para uma próxima). Ele é consultor de imagem e moda e stylist, além de apresentador de TV e escritor.

Em Nada para vestir, Arlindo Grund mostra que o segredo é investir em peças-chave de acordo com o estilo de cada pessoa: um modelo de bolsa coringa, uma calça que combine com a forma do seu corpo, uma camisa neutra, acessórios modernos.”

De forma geral,  estou feliz e chocada ao mesmo tempo em escrever isso, o livro é bom. Achei que ia meter o pau, acabar com a raça dele, mas na real, é um bom investimento. Claro que, pela época em que foi escrito, você precisa ter algumas ressalvas, mas, vale a pena. Eu mesma grifei horrores o livro e vou incrementar algumas informações nos meus arquivos que entrego para as minhas clientes.

Capa do livro. Foto retirada pela autora.

Faz muitas referências cruzadas, o que, particularmente, amo, porque demonstra que a pessoa estudou o assunto e domina o que está falando, não é achismo.  E também várias curiosidades e dicas espalhadas, um livro interativo.

Uma das melhores coisas do livro são essas curiosidades espalhadas. Moda é história, se vestir é cultura, e é legal saber de onde vem essas coisas.

É dividido em 4 partes: “Você pessoa física”, “Você pessoa jurídica”, “Você e as suas formas”, e “E tem mais…”.  As duas primeiras partes, são basicamente uma lista de “peças para ter”, os básicos explicados com dicas para você escolher os seus, e ele fala de roupas, bolsas e sapatos.. Minhas duas únicas observações para a primeira parte são: os quotes “sabotadores de imagem” que ele coloca ao final do primeiro capítulo, que eu, Thaís, não concordo 100% com os da Costanza (rosa-bebê, dependendo de onde e como for usado não é coisa de criancinha) e Gloria Kalil (dá para misturar roupas esportivas com passeio, depende do seu estilo), e na parte que ele fala das cores (e sim, ele fala muito brevemente sobre coloração pessoal no livro), tem uma informação errada, luminosidade é se a cor é clara ou escura e não brilhante ou opaca, isso é intensidade.

O livro é todo ilustrado e em papel poroso creme grossinho, excelente para marca texto hahahahaha

Para a segunda parte, a lista funciona muito bem, principalmente porque estamos falando de dress code, que sim, é mais “chatinho” e não muito alterável. Então, se na sua empresa tem dress code formal, é um ótimo guia. Se for casual, tem duas ressalvas aqui também: quando ele fala sobre estampas, de que personagens, bandas, frases e bichinhos podem não ser muito bem aceitas (na real ele fala “restrições”), aqui eu digo: depende. Qual o seu cargo nessa empresa, o tamanho dessa estampa e com o que ela está sendo combinada. Dá para ser nerd, ativista e fã no ambiente de trabalho sim, talvez com moderação, mas dá. E a segunda é: sobre os sapatos, mas, mais pela questão de como ele fala para evitar tênis com vestido do que pela dica em si (a frase é “para mulheres com cara de menina, talvez não seja a melhor opção”), enfim, já dei essa dica de como usar tênis e vestido no meu instagram (destaque “Como Usar”), que pode ser legal você dar uma olhada.

Esse é um exemplo de como está a lista de “must have” que ele apresenta.

A terceira parte, “Você e as suas formas”, tem informações legais, mas, para a minha forma de trabalho, você pode pegar e jogar no lixo, principalmente se você é grilada com seu corpo. Ele fala de 4 dos 5 formatos de corpo, divide entre “sinal verde”, “sinal amarelo” e “sinal vermelho”, ou seja, o que esse corpo pode usar, pode com moderação e não pode. Também fala sobre biquínis e acessórios para 4 formatos de rosto. Não que, no meu trabalho, não use das táticas que ele fala para valorizar ou reforçar o desejo de imagem da pessoa, porém, a dica por ela mesma é inútil. Vamos supor que seu corpo é um triângulo invertido, onde os ombros são maiores que o quadril, seu desejo de imagem é passar mais força, ser mais respeitada no seu ambiente de trabalho, aí, você leu esse livro e lá diz para você equilibrar sua silhueta trazendo volume para a parte de baixo. Pronto, você acabou com a sua vantagem, que seu próprio corpo te dava, de demonstrar força. Para o seu caso, o melhor seria reforçar (e quem sabe até aumentar), os ombros maiores. Entende? Informações soltas, sem a liga certa, podem ser sabotadores de imagem também.

Exemplo de como é essa parte do livro. São informações bacanas, mas que você precisa saber usar para não ficar grilada de mais com algo que não precisa.

E a última parte é a minha preferida, o “E tem mais…” é o ouro do livro, sério. Se o livro fosse só isso, já valeria a pena. Aqui ele fala sobre organização (tem esse post no meu blog que você pode ler para saber mais),  que achei uma abordagem bacana, sobre conservação das peças, super necessário se você quer que as coisas durem mais. Minha única ressalva é quanto a guardar os sapatos em caixas plásticas, prefira as que são vazadas para os sapatos respirarem, e evite colocar jornal ou qualquer tipo de papel dentro deles também. A parte que fala sobre as joias e bijuterias, eu AMEI. 

Parte do livro que fala sobre a conservação de jóias e bijuterias.

E ainda tem uma parte sobre compras, como se portar nesse evento e a sobreviver as liquidações, e, de bônus, uma lista com 25 filmes para assistir reparando o figurino porque foram importantes em algum momento da história, seja por ganharem algum Oscar, por influenciarem gerações ou retratarem uma parte da história.

Resumindo: Sim, eu recomendo a compra desse livro, mas, tenha em mente que algumas palavras e frases precisarão ser relevadas pelo contexto da época (2015), fora isso, Arlindo me surpreendeu com um livro realmente útil, e, acredito que essa surpresa toda é por conta da forma que o programa Esquadrão da Moda era conduzido na época em que assistia, lá nas 3 primeiras temporadas.

Você já leu? O que achou? Recomenda a leitura de algum? 

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4 comments on “Nada para vestir vale a pena?

  1. Não conhecia os livros do Arlindo, apesar de ter acompanhado o programa Esquadrão da Moda por um bom tempo, hoje em dia estou curtindo mais a vibe de Queer Eye.

    Achei a proposta interessante e sua resenha ficou bem completa, inclusive fiquei curiosa pelo conteúdo que ele trás. Obrigada pela dica!

    Blog Profano Feminino

    • Eu também amo Queer Eye, é a essência real do que é um trabalho de consultoria, humanizado, pensado para a pessoa, nos limites dela e com muito autoconhecimento envolvido.

      Obrigada pelo elogio!!!! O livro é bom, e tá muito baratinho, vale a pena, principalmente para consultas.

  2. Amooo ler sobre moda, mas faz tempo que não faço isso! Tive a chance de conhecer o Arlindo Grund num evento aqui na minha cidade anos atrás, e foi super lega, adorei ele. Não conhecia esse livro dele, mas fiquei afim de adquirir apesar de conter algumas informações já meio datadas!

    • Acredito que parte do "faz tempo que não faço isso" inclui o fator de achar livros realmente bons, que não sejam cagadores de regras.
      Nunca tive a chance de conhecer ele, mas dá para ter uma noção que é um amor de pessoa. Mas, se tivesse a oportunidade, provavelmente iria travar, assim como travei com o Dudu Bertholine kkkkk
      Sim, apesar de ser meio datado, tem informações bem bacanas que são "clássicas".