Resenha: Alucinadamente Feliz

Esse é mais um livro que foi adquirido na Bienal do Livro (de dois anos atrás) e que eu fui ler somente agora. Mas, com toda certeza, ele entrou para a minha lista de livros favoritos.

Eu estava andando pela bienal, quando vi uma capa intrigante com uma raposa. E o que me chamou atenção foi o subtítulo: “Um livro engraçado sobre coisas horríveis”. Na hora eu concluí (e minhas amigas concordaram) que esse livro é a minha cara, e eu tive que comprar!

Título: Alucinadamente Feliz – Um livro engraçado sobre coisas horríveis
Título original: Furiously Happy: A Funny Book About Horrible Things
Autor: Jenny Lawson
Páginas: 349
Editora: Intrínseca

Sinopse

Jenny Lawson está longe de ser uma pessoa comum. Ela mesma se considera colecionadora de transtornos mentais, já que é uma depressiva altamente funcional com transtorno de ansiedade grave, depressão clínica moderada, distúrbio de automutilação brando, transtorno de personalidade esquiva e um ocasional  transtorno de despersonalização, além de tricotilomania (que é a compulsão de arrancar os cabelos). Por essa perspectiva, sua vida pode parecer um fardo insustentável. Mas não é.

Após receber a notícia da morte prematura de mais um amigo, Jenny decide não se deixar levar pela depressão e revidar com intensidade, lutando para ser alucinadamente feliz. Mesmo ciente de que às vezes pode acabar uma semana  inteira sem energia para levantar da cama, ela resolve que criará  para si o maior número possível de experiências hilárias e ridículas a fim de encontrar o caminho de volta à sanidade.

É por meio das situações mais inusitadas que a autora consegue encarar seus transtornos de forma direta e franca, levando o leitor a refletir sobre como a sociedade lida com distúrbios mentais e aqueles que sofrem deles, sem nunca perder o senso de humor. Jenny parte do princípio de que ninguém deveria ter vergonha de assumir uma crise de ansiedade, ninguém deveria menosprezar o sofrimento alheio por ele ser psicológico, e não físico. Ao contrário, é justamente por abraçar esse lado mais sombrio da vida que se torna possível experimentar, com igual intensidade, não só a dor, mas a alegria.

Eu demorei para ler esse livro, porque passei por um período de bloqueio literário, mas posso garantir que é uma leitura leve e fácil. A Jenny Lawson escreve de um jeito engraçado, íntimo e ela viaja ~na maionese~ no meio das histórias que ela está contando, e é muito legal entrar nessa viagem com ela!

“alguns detalhes foram  alterados para proteger os culpados. Sei que o costume é ‘proteger os inocentes’, mas por que eles precisariam de proteção? Eles são inocentes.”

Jenny gosta de inventar palavras, que o corretor (ou seu marido) sempre a avisa que não existem, mas ela insiste em usar. Ela conta várias experiências da sua vida. Algumas são coisas realmente diferentes (como se vestir de coala para tirar foto com um coala) e outras são coisas comuns do dia a dia (como ser perseguida e quase morta por cisnes (?)). O fato é que todas as situações que ela conta nos fazem rir, e é isso que torna esse livro incrível.

“[…] não estou com sobrepeso. Só estou com sobregravidade. O corretor ortográfico disse que não posso estar com ‘sobregravidade’, pois essa palavra não existe, e que provavelmente queria dizer ‘sobre agravando’. Victor disse que o corretor ortográfico fez uma colocação pertinente. O corretor ortográfico e Victor estão mortos para mim.”

Como dito na sinopse, Jenny sofre de alguns transtornos e se considera colecionadora deles. É muito legal o modo como ela escreve sobre tudo o que ela passa, o quão é importante para ela ver que as pessoas que a lêem se identificam com ela, e  como ela ajuda essas pessoas.

Não consigo falar muito sobre esse livro sem dar grandes spoilers. Só posso dizer que ele é incrível e vale a pena ser lido por qualquer pessoa.

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★★★★★

Tem mais:

Eu anotei alguns trechos do livro (além dos que estão aí em cima), e gostaria de deixá-los aqui:

“Às vezes, ser louco é como enfrentar o demônio. E às vezes o demônio sou eu.”

“Você não é um problema de matemática. Você é uma pessoa. O que dá certo para você nem sempre vai funcionar para mim (e vice-versa).”

“Há tanta liberdade em poder celebrar e apreciar os momentos únicos que recarregam as suas energias e lhe dão paz e alegria. É claro que alguns preferem tapetes vermelhos e paparazzi. Acontece que eu só quero picolés de banana mergulhados em rum. Isso não significa que não sei apreciar as coisas boas da vida. Significa que sei reconhecer quais são as coisas boas da vida para mim.”

“Vejo minha vida. Ela é belamente feia e manchada bem do jeito que deveria ser. Ela brilha com detritos. Há encantamento e alegria nas coisas mais simples. Minha mãe estava certa. Tudo depende do seu ponto de vista.”

“Você é você. Você é mais do que foi ontem, mas não tanto quanto será amanhã. Siga em frente. Você está no caminho certo. Além disso, seu cabelo está ótimo hoje.”

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14 comments on “Resenha: Alucinadamente Feliz

  1. Oi Vitória! Tudo bom?
    Quando esse livro foi publicado, fiquei com muita vontade de ler. Acabou que o tempo foi passando, eu não comprei e me esqueci dele… Mas com sua resenha, voltou toda aquela curiosidade. Parece ser um daqueles livros que, de forma sutil, muda a forma como você vê a vida…
    Abraços,
    Literalize-se

  2. Fui pra bienal em setembro, e até hoje não li a maioria dos livros que eu comprei. Eu só li um livro, e ainda estou no processo de ler outros. Também tive um grande bloqueio criativo, e estou voltando aos poucos.

  3. Bá, que livrão de peso, ein? Fico só imaginando o quão tenso deve ser ler esse livro, mas ao mesmo tempo não? não sei, não sei o que esperar de um livro que lida com algo tão delicado e escondido, e de repente BAM! deixar sair do armário!

  4. Achei q eu era a única q surtava na bienal e no final ia ler os livros só depois de dois anos hahahah Me identifiquei muitooo!

    Quanto ao livro? não conhecia mas fiquei interessada em ler, parece ser surpreendente

  5. "como ser perseguida e quase morta por cisnes" Eu nem li esse livro mas já estou rindo aqui.
    Já vi muito a capa desse livro no facebook, principalmente quando ele foi lançado, mas nunca parei para saber sobre o que ele é, até agora. Sua resenha me deixou curiosa, parece ser um livro bem divertido. Ando precisando ler algo assim.
    Adorei a dica ♥

    Epílogo em Branco

  6. Oi, Vitória!
    Caramba, eu AMEI ver uma resenha desse livro aqui! Eu tinha uma amiga que o leu há uns 3 anos atrás, até mais, e fez um bem danado pra ela, sabe? Passou a usá-lo em diversos momentos da vida para ser um pouco mais alucinadamente feliz também. E é aquele negócio, né, ver algo fazendo bem pra quem a gente gosta é como se fosse pessoal, mesmo. Tenho muita curiosidade de ler, que bom que você gostou!

  7. Eu já tinha ouvido falar muito bem desse livro, é um tipo de leitura leve que a gente precisa pra aliviar o peso do dia a dia né? Tô ansiosa pra ler e pronta pra me identificar também