Desde que a Netflix anunciou a série The Sandman, eu fiquei muito interessada em assistir. Porém, já nas primeiras imagens e teasers, vi que esse Sandman não tinha relação alguma com o que eu conhecia — o que me intrigou mais ainda —, que era o de uma animação. Mal sabia eu, que esse personagem veio diretamente dos quadrinhos da DC Comics.

Um mago tenta capturar a Morte para barganhar pela vida eterna, no entanto, acaba prendendo seu irmão mais novo Morpheus, o Rei dos Sonhos. Temendo por sua segurança, o mago o mantém preso em uma garrafa de vidro por décadas. Após sua fuga, Morpheus, também conhecido apenas como Sonho ou Sandman, parte em busca de seus poderosos objetos perdidos. Ele está determinado a trazer de volta a ordem para seu Reino e fará o que for preciso para restaurar seu mundo, agora deteriodado depois de sua ausência.
A série está disponível na Netflix e tem 1 temporada com 10 episódios de, aproximadamente, 48 minutos de duração cada. Classificação indicativa: 18 anos.
Como citado anteriormente, Sandman (também conhecido como Morpheus e Sonho) é o rei dos sonhos. É para o seu reino que os humanos vão quando adormecem. Morpheus tem o poder de criar tanto sonhos como pesadelos, e o ideal é que ambos existam apenas no reino dos sonhos (sem ir para o mundo real).
Sonho faz parte de uma família conhecida como Os Perpétuos, que são sete conceitos que controlam vários aspectos do universo. Dentre seus irmãos, os que aparecem na série são: A Morte, O Desejo, O Desespero e Lúcifer.
Morpheus é um personagem sombrio. Sempre de cara fechada, se veste com roupas pretas e fala de um jeito calmo. Achei muito interessante ele ser apresentado dessa forma, porque apesar de ter o poder sobre sonhos, que estão relacionados à esperança, ele também tem poder sobre pesadelos. E os nossos próprios sonhos, apesar de serem bons, podem nos causar danos — isso é representado na série de maneira incrível. Esse personagem obscuro, não era o que eu esperava, já que eu conhecia o Sandman do filme A Origem dos Guardiões.

Nesse filme, o personagem tem cores claras, como se fosse um ser de luz. Ele não tem falas, e faz com que os sonhos das crianças sejam agradáveis. Porém, aqui vemos o personagem Breu, que é o “bicho-papão”, responsável pelos pesadelos e medos das crianças.
Apesar da diferença entre os personagens, acredito que em cada obra a representação foi muito boa, de acordo com a proposta de narrativa feita. E, eles até se parecem fisionomicamente. Esse meme no twitter fez total sentido pra mim:
Voltando à série, descobri antes de começar a assistir que a história que nós vemos foi inspirada nos quadrinhos da DC Comics. A narrativa foi criada por Neil Gaiman, e apesar de não ter contato prévio com a história, pelos comentários pude ver que a série se manteve muito fiel, tanto na narrativa quanto em algumas cenas. Essa thread aqui explica um pouco sobre a história, e vale a pena conferir.
A história é incrível. Apesar de muitas cenas serem sem ação, é impossível desgrudar da tela, pois a narrativa é muito envolvente. Um ponto super positivo é: por mais que o enredo gire em torno de Morpheus recuperar seus itens e reconstruir seu reino, não fica só nisso. Nós vemos outros acontecimentos e podemos conhecer mais outros personagens no decorrer da série, e isso traz um dinamismo muito bom para a história, de forma que todos os pontos são amarrados em algum momento. Nenhuma cena ali acontece em vão.
A fotografia é linda e as cenas com efeitos especiais são impecáveis (sinceramente, nem parece que estou vendo uma série da DC — obrigada, Warner Bross!).
Um ponto de destaque são os temas abordados. Como Os Perpétuos são conceitos, que muitas vezes nós não conseguimos explicar, é interessante ver a forma como essas ideias são tratadas. Uma frase que ganhou meu coração e me deixou muito reflexiva, foi numa conversa do Sonho com a Morte, onde ele diz:
“Por que eles temem as Terras sem Sol? É tão natural morrer quanto nascer.”
Essa, sem dúvidas, é uma das melhores séries e mais bonitas que eu assisti esse ano — arrisco até dizer que na minha vida toda, até agora. Indico para todos, e pode ser assistida rapidinho, numa pequena maratona.
★★★★★

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