Minha história (de amor) com a dança

Recebi uma sugestão de tema para post contando sobre a minha história com a dança. Quando parei pra pensar, percebi que ela é bem maior e mais complexa do que parece. Não tem como resumir isso a datas e fatos marcantes, porque o meu amor pela dança é algo bem profundo.

Então, sugiro que você pegue uma pipoca para ler esse post… vou te contar uma história.

As minhas memórias de quando eu era criança não são tão claras (acredito que as suas também não), o que fica são alguns acontecimentos que foram marcantes de alguma forma. Lembro que quando pequena, eu adorava dançar em festas, independente do estilo musical. Minha família sempre gostou de dançar, e em todas as festas que íamos, as pessoas tinham até passos ensaiados. Era bem legal.

Eu, quando criança, numa apresentação de ballet

Na escola infantil, cheguei a fazer aulas de ballet, mas confesso que não tenho nenhuma lembrança dessas aulas e das apresentações. Só tenho fotos para comprovar.

Na época em que assistir DVD era o hype e as locadoras ainda existiam, havia uma coleção enorme de DVDs com shows gravados em casa. Ivete Sangalo, Sandy e Junior, Latino, Kelly Key, e por aí vai. Eu adorava assistir esses shows, e também a filmes e novelas musicais: Floribella, High School Musical e Camp Rock, por exemplo. Mais do que assistir, eu aprendia todas as coreografias possíveis e ficava dançando na sala de casa (sem contar os videoclipes que passavam na TV e eu fingia que sabia dançar igual).

Até hoje sei algumas dessas coreografias, inclusive foi a realização de um sonho quando gravei um vídeo dançando Pobre dos Ricos e ainda ganhei um follow da Juliana Silveira (sim, a própria Floribella). Isso foi muito marcante pra mim, pois eu lembro claramente de assistir ao show e pensar “eu queria ser uma dessas pessoas que fica dançando com ela”. Até então eu não sabia como, nem que isso era possível.

Lembrei recentemente que na 4ª série, ensaiei uma coreografia do Camp Rock para apresentar em um show de talentos interno da escola. Levei meu CD e convidei dois meninos da sala para dançarem comigo, enquanto eu fazia a coreografia no meio, eles dançaram break nas laterais. Foi um sucesso! Fomos aplaudidos de pé. Só acho uma pena não ter nenhum registro desse dia.

Nunca deixei de gostar de dançar. Aos 14 anos, eu já acompanhava vários canais de dança no YouTube e tentava aprendê-las. E foi em Agosto de 2014 que eu gravei um vídeo dançando uma dessas coreografias no meu quarto, com a qualidade de imagem péssima, som baixo, morrendo de vergonha e decidi postar no Facebook.

Mesmo (hoje) sabendo que aquele vídeo não estava bom, eu recebi muitos comentários positivos. Muitos mesmo. E acho que isso me deu motivação pra continuar dançando sempre. Fui aprendendo cada vez mais coreografias e perdendo a vergonha de fazer vídeos.

Antes de estudar de fato qualquer modalidade de dança, tive a oportunidade de fazer aulas de Zumba durante alguns meses. Eu era a única aluna “criança” no meio de várias mulheres mais velhas, mas não ligava. Eu aproveitava cada aula e me divertia demais. Foi nessa época que me apaixonei pela Zumba.

Entrei no Ensino Médio e descobri que na semana cultural, geralmente as pessoas do meu curso faziam uma apresentação de dança. Durante os três anos minha sala dançou, e em todos eu ajudei a coreografar e ensaiar as 35 meninas. Foi nessa época também que eu entrei pro grupo de dança da escola, para competir com outras unidades e fiz minhas primeiras grandes apresentações dançando.

Em 2017, no último ano da escola, finalmente consegui entrar em um estúdio de dança e comecei a estudar. Até então, tudo o que eu fazia tinha sido aprendido de maneira autônoma, ou com meus colegas de escola. Como eu nunca tive grana pra investir em aulas de dança, essa foi uma grande conquista pra mim.

Foto da primeira turma de Stiletto que fui aluna
Foto da minha primeira aula

Cheguei super tímida para fazer minha primeira aula de Stiletto, mal sabia andar no salto e fui com um super baixo. Não tinha postura, dançava com vergonha, e mal falava com as pessoas. De novo, eu era a mais nova numa turma com mulheres incríveis.

Fiz 1 ano de aula de Stiletto, acabei entrando na turma de Ritmos do estúdio, e quando surgia a oportunidade, fazia aulas de outras modalidades também. Como eu sempre tive facilidade de pegar coreografias e executava bem, comecei a trabalhar em alguns eventos que o estúdio fazia, dançando em festas, flashmobs e afins. Esse ano foi o decisivo para eu começar a trabalhar com dança.

Fim de ano, eu iria prestar vestibular e precisava decidir qual faculdade fazer. Como eu já vinha fazendo um trabalho aqui e ali com dança, fiquei bem interessada em seguir na área, e dar minhas primeiras aulas foi importante para que eu decidisse isso.

Meu chefe na época pediu para que eu desse 3 aulas para substituir um professor e na mesma hora eu neguei dizendo que não sabia fazer aquilo, que não tinha experiência, e que não sabia como chegar na sala com as mulheres que eram minhas colegas de turma e dizer “agora eu sou a professora”. Ele não aceitou meu não, disse que eu era capaz e me explicou como era a estrutura de uma aula para eu poder montar e ensinar.

Lá fui eu, ansiosa e com medo, dar minha primeira aula. Sem didática, sem coreografia boa, sem carisma, apenas com conhecimento e incentivo (moral e financeiro do meu chefe). Não sei como, mas as alunas amaram fazer aula comigo. Não se incomodaram de eu “mudar de posição” e, inclusive, pediram mais.

Ali eu decidi cursar uma faculdade que me possibilitasse seguir dando aulas de dança e me desse mais oportunidades também. No ano seguinte entrei para o curso de Educação Física e conciliei com as aulas.

Eu dançando em um espetáculo

No período de faculdade eu: fiz o curso para me tornar instrutora de Zumba (lembra que me apaixonei antes mesmo de começar a estudar dança?), cheguei a trabalhar em 3 lugares diferentes ao mesmo tempo dando aula de dança, não parei de estudar, comecei a dar aulas de ginástica coletiva, conheci mais pessoas que trabalham com dança e me abriram muitas portas, participei de competições e gravei clipes.

Quando a faculdade terminou, eu estava trabalhando em uma única academia, dando aulas de dança e de ginástica. Era ótimo trabalhar em um único lugar, ganhar um salário acima da média e ter a confiança dos chefes (já que eu trabalhei lá por três anos). O único problema era: eu não estava feliz.

Quando eu entendi que trabalhar com dança era uma possibilidade e escolhi fazer isso, tracei duas grandes metas: nunca parar de ensinar dança & trabalhar dançando com grandes artistas.

Naquele ponto, eu não estava ensinando dança de fato, apenas sendo instrutora de uma aula coletiva, e não tinha tempo de me dedicar ao lado mais artístico da carreira, era isso que estava me deixando triste e incompleta.

Foi então que eu pedi demissão para ir atrás do meu sonho de construir uma carreira artística, dançar em um grande ballet e, claro, continuar ensinando dança.

Passei por momentos bem difíceis financeiramente falando, e não vou negar que toda essa mudança mexeu com a minha mente, mas aqui estou eu. Tenho investido cada vez mais na minha carreira, isso me trouxe mais visibilidade, cada vez chegam mais oportunidades incríveis de trabalho e propostas de novos projetos. Eu não poderia estar mais feliz.

Minha vida hoje é um reflexo do meu amor pela dança. Foi ele que me trouxe até aqui e eu não faria nada diferente.

Ah, e se você quiser acompanhar meu trabalho, é no instagram que eu mostro tudo: @vitoriabruscato.

Dançando em um show

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6 comments on “Minha história (de amor) com a dança

  1. Que bacana a sua história, Vit!
    Muuuuito sucesso na sua nova etapa, que você cada vez se sinta mais feliz e realizada!
    Te segui lá no Insta 🙂

    Abraços