B.B. King: Um mundo melhor em algum lugar | Exposição

No feriado de 07 de Setembro, visitei a exposição B.B. King: Um mundo melhor em algum lugar junto com o meu namorado, que gosta bastante das músicas do artista.

A mostra “B.B. King: um mundo melhor em algum lugar”, realizada pelo MIS (Instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo), pega emprestado parte do nome do disco de 1981 para tratar de temas de segregação e inclusão, proporcionando uma experiência sensorial. O projeto tem curadoria de André Sturm e Cacau Ras, consultoria de Chris Flannery, planejamento do Atelier Marko Brajovic, também responsável pelo projeto expográfico, e pesquisa e textos de Gabriela Antero.

Primeira exposição inteiramente dedicada ao artista no Brasil, o projeto traz itens históricos da vida de B.B. King. Entre os destaques, estão imagens do acervo do B.B. King Museum, de diversas fases da carreira do artista, desde o jovem Riley Ben King, aos 23 anos, com o violão Gibson L48, de Michael Ocs, até seu retrato exibindo o prêmio de Melhor Álbum de Blues Tradicional na 42ª Cerimônia do Grammy, em 2000. Além disso, a mostra ainda conta com as credenciais de todas as turnês realizadas por B.B. King no Brasil, nos últimos 30 anos, em diversos espaços e configurações, um pin exclusivo temático distribuído por B.B. para fãs ao final dos shows, o primeiro troféu Grammy recebido pelo cantor em 1971 e a icônica guitarra Gibson Lucille, assinada por King em seu show em São Paulo em 1993.

A trajetória de vida e superação de B.B. King é metáfora para tratar do tema maior da exposição: os preconceitos vivenciados por todos até os dias de hoje em nossa sociedade. Paralelamente à trajetória do artista, a mostra ilustra outros movimentos de luta contra a segregação ao redor do mundo, trazendo uma narrativa que se dá pela intersecção entre a vida do músico, o panorama de lutas pelo mundo e o projeto cenográfico, que narra a mudança do tempo rumo a um futuro mais plural e colorido.

Texto: MIS SP
Duas placas brancas uma em cima da outra. A de cima diz: Proibido cachorros, negros, mexicanos. A de baixo diz: No dogs, negros, mexicans

A exposição foca muito na luta racial, que foi algo que fez parte da vida do artista. A primeira experiência é entrar em uma pequena sala que é somente para pessoas brancas, e contém essas duas placas.

Durante toda a exposição nos é contada tanto a trajetória de B.B. King quanto o acontecimento e avanço de pautas raciais durante os anos.

Foto do B.B. King cantando, tirada na exposição B.B. King: Um mundo melhor em algum lugar
Descrição que explica o que é o blues (texto completo abaixo)

O que é o blues?

Blues significa um estado de tristeza e melancolia. Às margens do rio Mississipi, os negros cantavam melodias chorosas sobre suas vivências na plantation. Cânticos religiosos (spirituals), canções de trabalho, danças ritualísticas e música folclórica faziam parte do repertório. A “call and response” [chamada e resposta], na qual um cantor principal conduzia a melodia e outros respondiam, era a estrutura tradicional desse gênero musical.

Experiência sensorial em B.B. King: Um mundo melhor em algum lugar

A exposição não tinha somente fotos e textos para serem vistos, mas também alguns vídeos que contavam a história de B.B. King; espaços físicos com sons, luzes e clima específicos; CDs que podíamos escutar; espécies de “cúpulas” onde entrávamos para ouvir música, dentre outras coisas.

Lucille, guitarra de B.B. King
Lucille, uma das guitarras de B.B. King.
Chão escrito: better not look down
Título da música que tocava dentro da “cúpula”.
Cúpula vermelha, onde as pessoas entravam para escutar música
“Cúpula” onde entrávamos e escutávamos a música, que saía do megafone pendurado no teto.
Jaqueta preta usada por B.B. King
Cartaz de 2012, quando B.B. King fez uma turnê pelo Brasil
Smoking azul, usado por B.B. King

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Gramofone na exposição B.B. King: Um mundo melhor em algum lugar

Adorei ver um gramofone de perto e fiquei surpresa pois achei bem pequeno, menor do que eu imaginava. Esse prêmio foi ganho em 1970 na categoria melhor performance masculina de R&B.

Texto: 2012 Aprovada a Lei de Cotas, que reserva vagas para estudantes negros e de baixa renda em universidades públicas no Brasil
Uma parte da exposição B.B. King: Um mundo melhor em algum lugar

Essa parte continha capas dos álbuns de B.B. King estampadas na parede, e alguns CDs que tocavam suas músicas, permitindo que escutássemos colocando o fone de ouvido.

Como dito na descrição da exposição, o tema central são “os preconceitos vivenciados por todos até os dias de hoje em nossa sociedade.“, porém senti que o artista acabou sendo deixado de lado. Sua história e suas obras musicas acabaram sendo ofuscadas pela pauta racial. Sei que o tema é de suma importância, mas poderia ser abordado de forma mais sucinta, mostrando mais a vida de B.B. King e, principalmente, suas obras, que só apareceram no final da exposição, nesse espaço mostrado na imagem acima.

Frase: Pra que amanhã não seja só um ontem com um novo nome. 
Emicida
Frase: O que os livros escondem, as palavras ditas libertam.
Conceição Exposito
Frase: Somos prova de que há outra possibilidade.
Erika Hilton
Frase: A mudança não chegará se esperamos outra pessoa ou outro tempo

O último ambiente era um corredor com paredes espelhadas (com aqueles espelhos que distorcem as imagens), que continham várias frases de pessoas negras famosas. Do lado esquerdo as frases estavam em português, e do lado direito, em inglês.

Eu, de costas, na sala espelhada, olhando para as frases

Sobre a exposição B.B. King: Um mundo melhor em algum lugar

📅 Até quando?
08 de Outubro

🕑 Horário:
Terças a Sextas – 10h às 19h | Permanência até 1h após o último horário
Sábados – 10h às 20h | Permanência até 1h após o último horário
Domingos e feriados – 10 às 18h | Permanência até 1h após o último horário

📍 Onde?
MIS – Museu da Imagem e do Som
Av. Europa, 158, Jd. Europa, São Paulo – SP
Espaço expositivo 1º andar

🎫 Ingressos
R$20 (inteira) e R$10 (meia). Compre aqui.
Ingresso gratuito às treças-feiras, retirada apenas na bilheteria física do MIS

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